em todos os círculos eleitorais
Mais votos na CDU <br>para derrotar <br>política da direita
Na segunda-feira, 24, dia em que terminou o prazo para a apresentação de candidatos a deputados à Assembleia da República (AR) para as eleições de 4 de Outubro, a Coligação PCP-PEV realizou uma iniciativa em Almada para dar a conhecer a composição global e as características das listas da CDU, força política que concorre em todos os círculos eleitorais do continente, das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, da emigração, na Europa e Fora da Europa.
Jerónimo de Sousa apelou ao voto na CDU para impor uma das maiores derrotas de sempre à política de direita.
Gente de verdade, trabalho, honestidade e competência
No Jardim do Castelo, com uma vista soberba sobre a cidade de Lisboa, estiveram centenas de pessoas, candidatos e activistas da CDU. O momento iniciou-se com a actuação de Sofia Lisboa e Vanessa Borges, que interpretaram temas como «Liberdade», de Sérgio Godinho, «O Pastor de Bensafrim», de Zeca Afonso, «Tourada», com letra de Ary dos Santos, «Hino de Caxias», música e texto dos muitos que passaram pelas prisões da PIDE, e «Inquietação», de José Mário Branco. De seguida, António Boieiro recitou o poema «O Operário em Construção», de Vinicius de Moraes, que também mereceu um exultante aplauso colectivo, seguido de «Força CDU».
Depois de três curtos depoimentos de candidatos de Setúbal e de Lisboa (ver caixa), Deolinda Machado, coordenadora nacional da Coligação PCP-PEV, apresentou os oradores seguintes: João Corregedor da Fonseca, presidente da Associação Intervenção Democrática (ID), Manuela Cunha, cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Portalegre e da Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), e Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP.
Mais força à CDU
João Corregedor da Fonseca começou por valorizar aquele «elenco de excelentes candidatos que vão concorrer decisivamente para tornar mais forte a CDU, a única força política que defende intransigentemente a soberania e independência nacionais, os interesses das populações, dos trabalhadores, dos reformados e pensionistas».
«Os eleitores podem confiar na justeza do trabalho constante deste conjunto de candidatos, pessoas com provas dadas em termos sociais, culturais, profissionais e políticos, que não regateiam os esforços no sentido de reforçar a CDU, com mais votos e mais deputados, factor essencial para se correr do poder os partidos que apoiam tão desumano Governo» e «pôr fim ao ciclo político vicioso da responsabilidade de sucessivos governos do PS, PSD e CDS».
O presidente da Associação ID teceu ainda fortes críticas ao «programa ambíguo do PS», que «pouco se diferencia» do PSD-CDS. Falava, em particular, da promessa de criação de 207 mil empregos. «António Costa e os restantes dirigentes do PS parecem esquecidos de igual promessa que fizeram há anos: 150 mil novos postos de trabalho. O PS não criou um único emprego, antes pelo contrário, agravou o desemprego», acusou.
Resistência coerente
Por seu lado, Manuela Cunha lembrou que na actual Legislatura o Grupo Parlamentar do PEV apresentou 650 perguntas escritas e 170 iniciativas legislativas. «O PEV, tanto na AR, como no País, onde mantém uma profunda ligação com as populações, coloca o dedo na ferida, e é por isso que o tentam silenciar, dando-lhe a mínima cobertura possível nos órgãos de comunicação social», denunciou.
No entanto, parece que «Os Verdes» não incomodam só o Governo. «Só isso pode explicar o escandaloso finca-pé que PS e BE fizeram, sustentando, numa interpretação abusiva da Lei, que “Os Verdes” não podiam participar nos debates televisivos, previstos no quadro das eleições legislativas», condenou. «Será que é porque há mais de 30 anos “Os Verdes” têm demonstrado na sua intervenção uma resistência coerente, na defesa dos interesses das populações e dos valores ambientais?».
«É com essa mesma coerência e empenho que os ecologistas integram novamente as listas da CDU, nas quais o PEV apresenta candidatos em 17 distritos, incluindo Açores e Madeira, e encabeça a lista no distrito de Portalegre», sublinhou, referindo ainda: «Dois terços dos nossos candidatos são mulheres e um terço tem menos de 35 anos».
Mais deputados da CDU
Jerónimo de Sousa lembrou que no dia 4 de Outubro serão eleitos 230 deputados para a AR. «Cada voto na CDU contribui para eleger mais deputados que defendam os interesses dos trabalhadores e do povo e reduzir o número de deputados eleitos pelo PS, PSD e CDS», destacou, apelando ao voto na Coligação PCP-PEV, que contribuirá «para impor uma das maiores derrotas de sempre ao PSD-CDS, para penalizar em conjunto PS, PSD e CDS, os partidos responsáveis pela degradação da situação do povo e do País, para impedir as maiorias absolutas que alguns querem para prosseguir e aprofundar a política de exploração, empobrecimento e declínio nacional».
O voto na CDU permitirá ainda «eleger mais deputados que na AR dirão “não” a todas as malfeitorias contra os trabalhadores e o povo, que apresentarão e dirão “sim” às soluções necessárias à melhoria dos direitos e das condições de vida, que serão a base de apoio à ruptura com a política de direita e à concretização da política patriótica e de esquerda de que Portugal precisa», afirmou o Secretário-geral do PCP.
«É preciso fomentar a criação de emprego com direitos, combater o trabalho precário e clandestino, garantir e respeitar os trabalhadores e promover a melhoria das condições de vida e de trabalho enquanto factores indispensáveis para uma maior justiça social, mas também para dinamizar e modernizar as actividades económicas».
António Magrinho, candidato pelo círculo eleitoral de Setúbal
«Nas seis semanas que nos restam, vamos juntar mais e mais gente a esta força que é a CDU. Cada conversa conta, e serão milhares as conversas até ao dia 4 de Outubro. Queremos transmitir aos jovens que é possível uma alternativa política».
Alma Rivera, candidata pelo círculo eleitoral de Lisboa
«Estamos aqui a lutar por uma cultura que seja para todos, que não seja uma serventia do regime, um mero entretenimento, mas sim um serviço público que o Estado delega porque é constitucionalmente obrigado».
Joana Manuel, candidata pelo círculo eleitoral de Lisboa